segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Back!

Com uma vergonha imensa e seis meses depois eu volto pro meu cantinho da saudade. Pois é, gente, mil desculpas por não ter continuado a ecrever aqui. Eu poderia dar um milhão de desculpas, mas nada adiantaria, até porque, o objetivo desse blog não era só informar a quem quisesse saber um pouco da minha viagem, mas também servir de memória pra mim mesma, ra que eu pudesse votlar aqui de tmpos em tempos e poder reviver, nem que mergulhada na mais remota memória, o tempo maravilhoso que eu passei em Brighton.

E é com essa vergonha de ter deixado voces ao léu que volto a contar os pedacinhos que faltam (e que eu lembro) da minha vida na Terra da Rainha.

A essa altura da viagem, eu já me sentindo dividida. Já queria voltar pra casa, sentia falta do meu arroz com feijão, saudade de ir visitar a família, enfim, de várias coisinhas, naquele ponto, já faziam muita diferença. Mas também queria ficar. Não queria deixar de pegar o ônibus vermelho pra ir à escola, não queria deixar meus amigos, queria meus amigos que já tinham voltado aos seus países de volta, queria continuar independente. Independente como eu nunca tinha sido! A qualquer hora do dia ou da noite eu me sentia segura e livre pra ir aonde eu quisesse, com quem eu quisesse, com todas aquelas facilidade de transporte, lazer e segurando que a Inglaterra oferece. Eu sabia que não teria aquilo quando voltasse para casa. E por isso eu queria ficar.
Não sabia como lidar com esses sentimentos tão antagonicos. Por sorte, meus amigos também estavam assim. E chegamos à conclusão de que só o que podíamos fazer era curtir o restinho de Brighton que nos restava.
Vários amigos meus já tinham ido embora, como eu disse. E os poucos que me restavam já estavam perto de ir. Os que iam ficar mais do que eu, tinham que estudar pra prova do FCE.
Felizmente, naquela semana estava tendo (envento único!) a exposição do Royal Pavillion. Fui com a Sunny, Jin, June e mais uma coreana amiga da Jin.


 




quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Valentine's day

Para quem nao sabe, os paises de lingua inglese e, acredito eu, toda a europa comemoram o dia dos namorados no dia 14 de fevereiro, ou seja, ontem.
O clima de romance ja estava no ar desde a segunda-feira. Minha professora nos pediu para trazer uma frase romantica na nossa lingua materna e traduzi-la para o resto da turma. A minha foi 'there is no remedy for love but to love more'. A Jade, uma corena la da sala, comprou chocolate e distribuiu para todo mundo. Ouvinmos historias de amor e amizade quase o dia inteiro. Uma menina me contou que a host dela acordou toda contente, colocou velas na mesa, coracoezinhos por toda a cozinha, comprou chocolate e afins para ela. E acho que a manha nao foi diferente em muitas familias por aqui.
Infelizmente, acho que os meus hosts nao levam o dia dos namorado a serio, porque nao vi nada desse tipo la em casa. Eles acordaram normalmente, a Chris foi encontrar as amigas e o Mick continuou dormindo. Uma manha bem tipica.
Quando eu estava no onibus, pude ver varias pessoas com buques de flores e cartoes andando pelas ruas. Quase desejei ter um namorado tambem. Mas, eu dise QUASE. Depois disso, acho que fiquei inspirada e resolvi comprar alguma coisinha para a Chris e o Mick. Acabei comprando chocolate mesmo, mesmo sabendo que a Chris vive de dieta.
Cheguei em casa, dei os bombons para eles e subi pro meu quarto. Eu, a Jess, Vivi, Claudia (mexicana, amiga da Vivi) e uns colegas franceses da Vivi, marcamos de ir pro pub ver o jogo do Barcelona vs Liverpool. Depois do jogo teria karaoke.
Voces deviam ter visto como o pub estava ontem. Loucura. Tinha um monte de mesas cheias de ingleses, mas tambem tinha, muita mesa com estudantes espanhois. Ja da pra imaginar a gritaria que tava la dentro ne? A gente riu muito dos 'aaaaaah', 'uuuuuuuuuuuuuh' e, finalmente, 'gooooool' dos rapazes.





Logo quando chegamos, estavamos so eu, a Jess, a Vivi e a Claudia. Mas depois foi chegando mais gente da escola: coreanos, japoneses, franceses e ate um rapaz do quatar!
Vim dedicar um paragrafo especialmente para esse ultimo individuo. Nao sei como ele se chama, entao vou chama-lo de Mr. M. Pois bem, a Vivi queria uma foto das meninas e decidiu pedir para o Mr. M. Ele, muito espertinho, passou a maquina para o amigo dele e sentou junto com a gente para sair na foto. Ate ai tudo bem. Mas, quando o karaoke comecou e nos fomos assisitr, ele foi atras da gente. Ficamos por ali, dando uma enrolada, quando ele pediu mais uma foto com a gente. Nos, muito educadas, tiramos. Isso foi suficiente para que ele pensasse que era nosso amigo e resolver voltar para casa comigo (ele descobriu que pega o mesmo onibus que eu). Ok, ne? Pelo menos eu nao iria voltar para casa alone. So que, no meio do caminho ele comecou a falar um ingles incompreensivel e eu pedi que ele tentasse usar palavras mais simples. Ele, entao, recorreu ao google tradutor. Por fim, descobri que o que ele estava tentando dizer era que ele me achava bonita e que tinha uma coisa para me dar. Essa eh a hora em que voces comecam a rir imaginando a cara que eu fiz para ele quando ele me disse isso. Mas, ta, esperei o que ele tinha para me dar.
Ele abriu o casaco e tirou de la de dentro (por favor, nao me perguntem como) uma sacolinha com um perfume dentro. Eu nem vou falar nada, so olhem a foto e julguem-no como quiser.



Eu simplesmente nao sabia o que fazer ou falar. Como uma pessoa vem, do nada, se chegar em voce num bar e te dar um J'adore? Quando eu digo que esse povo do leste nada em ouro ... Imaginem o que ele deve dar para a namorada.
Bom, depois desse presente, qualquer coisa que veio a acontecer no dia de ontem se torna irrelevante. Entao, termino esse post por aqui mesmo.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Elite pensante e Harry Potter

O nosso destino de sabado foi Oxford, cidade mundialmente conhecida pelas suas bem conceituadas faculdades.
As sete da manha eu ja estava de pe esperando a carona do Mick para me levar ao ponto de encontro: a escola. O onibus passaria por la para nos pegar as oito e vinte. Quando entro no carro, a primeira coisa que eu vejo eh o termometro marcando -6 graus celcius. Agradeci ter colocado tres blusinhas de alca, duas de manga comprida , uma termica e o casaco, alem das duas meias-calca, uma legging e uma calca jeans. Assim eu nao iria passar frio. Quem disse?
Foi so chegar na escola para me arrepender de nao ter posto mais roupa. Encontrei a Jess numa situacao ainda pior. Ela tava usando um vestido, uma meia-calca fina e um casaco. E so'. Ela me disse que tinha chegado ali ha 15 min e ja nao sentia os dedos dos pes. Coitada.
Saimos de Brighton na hora marcada e seguimos para Windsor, uma cidade a mais ou menos duas horas de Brighton, onde tem um castelo, daqueles bem medievais em que as pessoas moravam dentro. Eu acho que ta mais para um reino, na verdade.







Entao, chegamos la e parece que estava ainda mais frio. Fizemos o tour com o guia por uns 40 min e depois disso tinhamos uma hora e meia de tempo livre para conhecer a cidade.
Pensamos em visitar a faculdade de Windsor, da qual o nosso guia falou muito bem. Ele disse que os aluno tem aulas ate nos finais de semana e sempre se vestem como se fosse a um casamento. Ficamos curiosos e resolvemos encarar o frio para ve-los. No meio do caminho, porem, meus dedos comecaram a doer de frio. Quando tirei a luva (de couro, diga-se de passagem), vi que a ponta dos meus dedos estavam roxa! Desisti da tal faculdade na hora e corri para uma lojinha de departamento para me aquecer. Era obvio que eu nao queria comprar nada na loja, entao comecei a conversar com o vendedor, procurando uma desculpa para ficar mais tempo la dentro. Acabei perguntando onde eu podia achar um cafe por ali e ele me indicou o caminho para a Starbucks. Alivio. Eh so o que  eu tenho para dizer. Nem esperei o cafe esfriar, ja fui tomando um gole enorme, o que me causou uma queimadura de leve no ceu da boca.
Assim que sai da Starbucks, reencontrei a Jess, a Vivi e o resto do pessoal que tinha ido ver os estudantes no McDonalds. Adivinhem... A faculdade estava em ferias. Haha. Ainda bem que eu desisti no meio do caminho.
Depois do Mc, pegamos o onibus novamente, agora com destino a Oxford. Mais uma hora de viagem...
Chegamos la uma hora da tarde, eu acho. Estava menos frio que em Windsor. Dava para usar as luvas e ter frio, mas nao dava para congelar a ponta dos meus dedos como antes.
Fomos fazer o tour com o guia, que nos contou um pouco da historia de Oxford e da dua universidade, que eh a mais velha dentre as universidade de lingua inglesa. Falou tambem que diversas celebridades intelectuais estudaram por ali, como Bill Gates, Nelson Mandela, etc. Historia pra ca, historia pra la e algumas fotos no meio do caminho, chegamos na fila da Christ Church College, a faculdade mais famosa de Oxford. Ja de cara, nos deparamos com um nerd na varanda, encarando a, acredito eu, irritante multidao de turistas que a faculdade recebe todos os finais de semana.



So de estar dentro dessa faculdade me fez sentir uma pessoa mais culta, da elite. Imagina quem estuda la... Alem do ar intelectual que a faculdade inspira, ha tambem um toque de magia (pelos menos para mim, que sou poeta. haha) nas paredes do castelo. Nao so por causa da sua arquitetura e jardins belissimos, mas tambem pelo fato de a faculdade ter sido set de filmagem dos filmes do Harry Potter. Pra falar a verdade, todo mundo que estava comigo falou a mesma coisa: 'estou me sentindo em Hogwarts'. Mas nao era pra menos ne? Ver a escadaria onde o Dumbledore recebeu os alunos novatos no primeiro filme e sentar na mesa de jantar da Grifinoria foi surpreendente. Me senti uma crianca na Disney.







Ah, esqueci de contar... Quando estavamos indo para a Christ Church, vimos um grupo de rapazes fantasiados e fazendo barulho pelas ruas. Acredito que tenha sido algum trote da faculdade, mas nao tenho muita certeza. Consegui dar uma de paparazzi.





Pronto. Depois de sairmos de 'Hogwarts', fomos dar um role pela cidade, comer alguma coisa e comprar souvenir.
Voltamos para o onibus antes da hora combinada, porque estava muito frio e iria ficar aindo pior com a chegada da noite. Felizmente, chegamos em Brighton em menos de duas horas, diferente do que previu o motorista.
Quando eu cheguei e casa, surpresa boa: Jaya e Rio estavam la e iriam passar a noite. Assim que terminei de jantar as duas foram no meu quarto me chamar para assistir, adivinhem o que? Harry Potter e a Camara Secreta. Aham. Eu estava muuuuuito cansada, mas consegui assistir ao filme ate o final.
Depois disso, foi cama e tchau.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Boliche

Foi o programa social da escola de ontem a noite. Eu nao sou muito fa de boliche, mas como 25 pessoas tinham escrito seus nomes na lista, resolvi arriscar um saidinha.
Um esclarecimento: nas fotos eu apareco apenas com brasileiras, mas, eh claro, estava com turcos, coreanos, franceses e mexicanos. Mas parece que o pessoal da terrinha gosta mais de tirar foto do que quaisquer outros estudantes.
Eu estava louca para sair de casa ontem, ja que semana passada quase nao sai, porque fiquei doente (de novo!). Entao, tinha dito para mim mesma que, independente da temperatura, eu iria sair ontem.
Eu sabia que iria estar frio, mas so me dei conta do quao congelante estava a noite quando entrei no carro com o Mick: -5 gruas celsius. OK, eu iria de carro mesmo... haha
Chegamos la, conversamos, jogamos, tiramos fotos, mais fotos, muitas fotos, irritamos o pessoal que estava na pista ao lado por causa disso, levamos uma bronca do pessoal da seguranca por causa das fotos e, entao, ficamos quietinhos, jogando de novo. Modestamente digo que ganhei com 98 pontos. Modestamente mesmo, porque foi muita sorte e estavamos mais conversando do que jogando.
Quando deu 9:30h, o nosso tempo esgotou e nossa barriga comecou a pedir comida. 
Fomos, entao, ao McDonalds. Preciso dizer que foi a primeira vez que comi no Mc desde que cheguei na Inglaterra, porque nao estava querendo dar dinheiro para os americanos... mas, ne? Quando a fome aperta, o frio ta comendo e o bolso a pedindo arrego, a gente compra um cheeseburguer no Mc Donalds por 99p. Foi o retrato da pobreza. Chegamos no Mc, pedimos um cheeseburguer cada uma (sem refigerante!), comemos e saimos. So sendo estudante mesmo...
Quando voltei pra casa, de onibus, vale lembrar, o frio estava terrivel! Quase nao sintia minhas pernas quando cheguei em casa. So queria tomar um leitinho quente, me enrolar debaixo do edredon e dormir. E foi o que eu fiz.





Segundo dia de neve...

Acho que os nativos concordam comigo quando eu digo que o dia seguinte ao que neva eh o pior . Ta, nao eh tao ruim assim... afinal, tudo ta branquinho e lindo quando voce acorda. Porem, a medida que os vizinhos comecam sair de casa com seus carros, a rua vira uma nojeira. A neve fica  preta e o chao, muito escorregadio para os pedestres.
Pois eh, quando sai de casa na segunda feira tava nevando um poquinho, mas o chao  ja estava coberto de neve, gracas a noite anterior. Foi um sacrificio chegar ao ponto de onibus. Um percurso que eu, normalmente, levo tres minutos para percorrer, levei quase sete. Tudo por causa do gelo nas calcadas. Mas, enfim, cheguei ao ponto sa e salva.
A noitinha, quando voltei para casa, a Chris me disse que nao sabia se ainda iria nevar esse mes e perguntou se eu nao queria tirar foto brincando na neve, fazendo anjinhos. Minha matuta interior despertou novamente, mas, infelizmente, nao tinha neve suficiente para isso. Acabamos fazendo dois bonequinhos, Billy&Bob. So faltou a cenoura no nariz e o cachecol em volta do pescoco. Eles ainda hoje estao no nosso jardim, nos encarando pela janela da cozinha durante todas as refeicoes.
Mas nao acho que vao durar muito... a cabeca do Bob ja ta comecando a inclinar, sem falar que os corpos deles ja estao derretendo. Tsc tsc tsc. Tadinhos...



Billy e Meio-Bob

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Nevou!

E voces podem imaginar a euforia dos brasileiros por causa disso, nao eh?
Mas deixa eu comecar do incio...
O nosso plano era ir para Bournemouth no final de semana. Eh uma cidade menorzinha que Brighton, mas bem moderna e cheia de charme. Um amigo da Manu (ainda nao falei dela, eu sei. Ela eh de Maceio tambem e a avo dela morou no meu predio. Nos encontramos na escola umas semanas atras) ta morando la e nos convidou para conhecer a cidade. Como tava barata a passagem de trem, nos fomos. Eu, Manu, Vivi e Cris, uma espanhola vizinha da Manu.
Sabiamos que iriamos desafiar a natureza nessa nossa viagem. Todos os canais de tempo diziam que iria nevar, mas como eles ja vinham dizendo isso ha um tempo, resolvemos fechar os olhos e ouvidos para eles.
Quando saimos da estacao de Brighton ja esava bem frio. A viagem levou umas duas horas e la pras 11h da manha chagemos em Bournemouth. Conhecemos o Inaldo, que nos levou pra tomar um chocolate quente pra aquecer e, de la fomos conhecer a cidade.
Tiramos um monte de fotos turistando e pagando mico no meio da rua...









Voltando para a estacao, o tempo ficou ainda mais frio. Nao sabiamos exatamente a hora em que o trem sairia, entao decidimos esperar por la ate sabermos a hora da nossa partida. Acontece que, quando chegamos la e olhamos o mural dos horarios, percebemos que o nosso trem sairia em 2 minutos, o que quer dizer que teriamos exatos 1 minuto e meio para correr pela estacao, tentar achar a plataforma certa e etrar no trem antes de as portas fecharem. Porque aqui, nao adianta bater na porta, gritar com o motorista ou com o guardinha que fica orientando os passageiros; se o trem ta marcado para sair as 8h, eles sai as 8h.
Entao, corremos deseperadamente pela estacao para pegar o bendito. Ou era isso ou teriamos que esperar mais 2h pra pegar o proximo trem.
Bom noticia, conseguimos entrar faltando 20 segundos para as portas fecharem! UFA! Agora poderiamos respirar.
Quem disse?
Assim que descemos na estacao de Southhampton, onde pegariamos tipo uma conexao para Brighton, o guardinha nos avisou que, devido a ma condicao do tempo, o nosso trem tinha sido cancelado. O jeito era esperar pelo proximo trem (em media, uma hora) ou pegar um outro que nos levaria para o norte e depois desceria para Brighton. OK. Pegamos esse ultimo mesmo, porque o guardinha nos aconselhou como sendo o mais rapido.
Nao sabiamos por que o tempo esatva em "ma consicao". Ainda.
No trem que pegamos, esse que nos levaria para o norte, conhecemos uma mulher nascida em Wales (Pais de Gales), super simpatica, mas bem perua. Ela tambem recebe estudantes e ficou conversando com a gente o tempo todo, fando o maior barulho com as suas gargalhadas. Fizemos ate o enhorzinho da cadeira ao lado rir tambem. Foi bem divertido.


Mas, enfim, depois de 3 horas e meia nesse vai e vem, chegamos em Brighton. So vi o chao todo branquinho. A minha matuta interior despertou. Bem, a minha e a das outras brasileiras (a espanhola ja tinha visto neve antes). Fiamos euforicas so de saber que nevou, imagina com o fato de vermos a neve caindo!
Claro, como todos os que ja viram neve dizem, depois de cinco minutos, queriamos que a neve parasse. Tava taaao frio e tao irritante aqueles flocos caindo nos nossos olhos, que so queriamos que ela desse uma tregua.
Cheguei em casa congelando, literalmente. Nao sentia meus dedos e os meus pes estavam enxarcados. Tomei um chazinho para esquentar e fui dormir.
A melhor parte foi acordar no outro dia e ver a vizinhanca toda coberta de neve.
Ah, a neve eh tao linda! Quando se esta dentro de casa, erolada num cobertor bem quentinho, eh claro.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Noite latina

O programa social da escola ontem foi aula de salsa numa boate chamada Honey Club.
Fomos eu, Metin e os turcos do colegio. Bem, eu precisava de um par, os turcos, eu ja nao sei. Nao tinha um outro latino a nao ser eu.
Na boate, tinhamos quatro professores: um para aqueles que estavam dancando pela primeira vez; outro para os iniciantes; outro para aqueles que queria aperfeicoar a danca e um ultimo para os prefissionais. Fiquei com o terceiro deles, uma mulher, da qual nao me recordo o nome.
Para a minha sorte, o Metin se deu conta de que nao sabia dancar e foi pro grupo dos primeira-vez. Digo sorte, porque no aquecimeto deu pra ter uma nocao da falta de molejo que ele tinha (eu sou cruel, podem dizer, mas eh verdade).
Aquecemos com uma musica jamaicana, eu acho. O professor tambem parecia ter vindo da Jamaica. Achei a danca parecida com a aula do Duda, na academia.
Depois do aquecimento, nos separamos, vonlutariamente, nos grupos que eu citei.
Vou confessar, os primeiros passos que a dancarina nos ensinou foram um pouco dificeis. Nao pelos passos em si, mas porque eu nao sabia o nome dos movimentos em ingles. Acabei pisando nos pes de quase todos os meus pares. Ah, falando nisso, era assim: a gente comecava numa grande roda, cada um com um parceiro; a medida em que a musica ia passando, iamos trocando de par.
Meus pares merecem comentarios.
O primeiro deles foi um ingles chamado Dan. Muito tosco o bichinho, mas ele me ajudou a entender os primeiros movimentos. Depois passei por um turco e em seguida por outro ingles (nao lembro o nome), muito doidao, com cabelo descolorido, todo espetado e trajes incomuns. Pisei vaarias vezes no pe dele porque ele nao conseguia me girar corretamente. Hora de mudar de par de novo. Outro ingles. Devia ter uns 2 metros! Mas ele dancava bem direitinho. Me girava direito e conseguia me pegar antes que eu escapasse pela tangente. Foi o meu melhor parceiro de danca, eu acho. Rimos muito dos outros casais (como se a gente fosse expert). Dai, foi a vez de um latino. Era de se esperar que ele dancasse melhor do que todos, nao era? Errado. Ele foi o PIOR da noite. Nao sabia que pe colocar pra tras primeiro, nao tinha jeito com as maos e, o pior, estava suando feito uma bica! Nem preciso descrever o cheiro ne? Enfim, passei de novo para os bracos de outro ingles. Acho que o nome dele era Dustin. Ele era alto, forte, olhos verdes, mas muito engomadinho para uma aula de salsa. Camisa social, ensacada numa calca caqui, cinto de couro e botas de cowboy. Ele ate dancava legalzinho.
Depois de varios outros estrangeiros e nativos, cheguei em um senhor de uns 70 anos, Gerard. Muito engracado. Me acabei de rir com ele. Primeiro, ele nao conseguia fazer duas coisas ao emsmo tempo. Quero dizer, ele nao conseguia movementar bracos e pernas harmonicamente. Depois, ele ficava me utilizando como cobaia de seus movimentos inventados. Acho que ele meio que parecia um ator americano, velho, que sempre usa uma camisa florida, cabelo grisalho sempre arrepiado...
Enfim, a noite foi bem dancante. Pena que eu tive que ir embora cedo, porque, como eu esqueci a minha identidade, o seguranca so me deixou ficar ate 11h. Da proxima vez, nao vou esquecer, ja prometi a mim mesma.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Fim de semana na cozinha

Sexta-feira, a Chris queria fazer alguma coisa divertida depois da janta e perguntou se eu queria fazer cupcakes com ela. Claro que eu aceitei. Adoro cozinhar tanto quanto adoro bolos. Que conviniente!
Comecamos entao a botar a mao na massa. Mas nao literalmetente. Ela disse que nao costuma mexer bolos, paes e outras receitas que levam farinha com a mao, apenas na batedeira. Tambem eh regra dela na cozinha tirarmos tudo o que for bijuteria, como pulseiras e prendedor de cabelo.
Ingredientes separados e devidamente espalhados na mesa, comecamos a trabalhar.
Nao sabia que a massa de cupcakes nao leva leite, mas apenas manteiga, ovos, farinha e acucar. O que importa eh que, no fim, o gosto e a textura sao os mesmos.
Decoramos os bolinhos e os colocamos nessa bandeja fofinha. Depois foi so chamar o Mick e comer! (Falando nisso, o Mick adora esses bolinhos. Ele ficava indo e voltando da cozinha a cada 10 minutos, perguntando: ''where are my cakes? aren't they ready yet?". Ele eh um amorzinho de pessoa.)






Sabado de manha, a Jess mandou uma mensagem pro meu celular dizendo que a amiga dela, Summer (a qual eu conheci um dia antes nos corredores da escola), tinha chamado ela, eu e a June para almocar no apartamento dela.
A Summer eh designer, vive sozinha num apartamento (quarto-e-sala) bem centralizado. Ela disse que nao se adaptou em casa de familia porque queria liberdade e, o mais importante, o prazer de comer bem, que para ela, eh o mesmo que poder cozinhar sua propria comida coreana.
Entao, no sabado, fomos nos quatro a chinatown (pra quem nao sabe, um bairro onde se encontra de tudo um pouco, em um preco relativamente barato. Mas, o que importava para nos era encontrar comida coreana). Compramos noodles, bolinhos de arroz, verduras, carne, cogumelos, queijo, pao de alho, molhos coreanos (picantes e nao picantes, ja que a Jess e a June gostam de comida apimentada, enquanto que eu e a Summer nao) e outras coisitas.



Queria lembrar o nome dos pratos que elas cozinharam, mas nao consigo. Coreano nao eh uma lingua muito facil de se falar...
Posso descrever o nosso almoco em uma palavra: ESPETACULAR. Tudo fresquinho, quentinho e gostoso. Comemos como rainhas, mesmo. So nao consegui comer um tal de kumpuko, que era uma prato feito de arroz, brocolis, cenoura, milho verde e um molhinho beeeeeem picante. Tentei uma garfada e quase morro asfixiada. Muito picante!
Tivemos sorvete de sobremesa e uma frutinha chamada clementine, eu acho. Era gostosinha, mas de textura estranha, porque tinha uma casca parecida com a do kiwi, cheia de pelinhos.
Depois do almoco, e de limpar toda a bagunca na cozinha, claro, fomos assistir Notting Hill pela bilionesima vez. So que dessa vez em ingles, sem legenda, eh claro.
Foi um dia maravilhoso. Pretendemos repetir em breve.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Papo de busão

Antes de relatar algumas conversas que ouvi no onibus daqui, queria mostrar algumas diferencas e vantegens desse meio de transporte.
Pra comecar, o letreiro, como voces podem ver, eh enorme. De longe voce consegue ver qual eh o onibus que esta vindo. Alem disso, eles possuem, alem do nome, um numero. Dessa forma, facilita o entendimento das pessoas. Deixa eu dar um exemplo. Se eu moro em Hollingburry e quero chegar ao centro da cidade, Old Stein, eu posso pegar os onibus Hollinghurry 5, Hollingburry 5A ou Hollyinburry 5B. Cada um desses onibus passa pelo bairro Hollingburry, mas por diferentes vias. Alem disso, o numero facilita muito na hora de saber se o onibus ta indo para o seu destino ou voltando, ja que os nomes mudam de acordo com o destino do automovel.
Outra vantagem que eu vejo nos onibus daqui eh o fato de que nao existem varias companhias. Existe apenas uma especie de administracao por porte da propria cidade. Assim, o preco da passagem eh relativamente baixo: se paga £4 libras por dia, para andar quantas vezes quiser ou voce pode fazer um pacote de acordo com o periodo que voce queira utilizar o onibus, por exemplo, voce pode pegar um bus pass para 3 meses e pagar £70. 
Mas vamos falar das facilidades fisicas do busao.
Pra comecar, nao existem escadas para entrar no onibus, como voces podem ver na foto abaixo. Isso facilita bastante a locomocao de idosos, deficientes e maes com seus carrinhos de bebe. Isso mesmo. Dentro do onibus tem um espaco especial para carrinho de bebe e cadeira de rodas.
Alem disso, quando esse grupo de pessoas vai subir no onibus, o proprio motorista aciona um mecanismo que rebaixa um pouco o lado esquerdo do veiculo para facilitar o acesso. Incrivel ne?
Er... outra coisa que eh muito util sao os letreiros no interior do onibus, que informam qual o proximo ponto e se alguem mais vai descer naquele ponto. Em alguns veiculos tem ainda uma voz que informa as mesmas coisas.

                                        

Ah! Alem de carrinhos de bebe, cachorros sao permitidos dentro do onibus. Ja vi varias vezes cao-guia entrar junto com seu dono.

                                        


                                        

Ha ainda muitas outras qualidades. Mas eu ja devo ter falado delas por aqui... quando falei do silencio, da agilidade, pontualidade e eficiencia.
Entao, vamos passar para as conversas que ouvi nesses ultimos dias...

Essa semana, nao me lembro quando, estava eu sentada no andar de cima do onibus (esqeuci de mencionar esse detalhe: o onibus aqui tem dois andares, pra quem nao sabe), quando chegou um casal e sentou bem atras de mim e comecou a conversar. Estavamos passando por um bairro em que as arvores nas ruas nao foram plantadas na calcada, mas no meio-fio. A conversa deles dois, que durou mais ou menos 7 min (eu contei!), foi basicamente essa:
Mulher: -Olha, amor, como as arvores estao distribuidas nessa rua! Simplesmente, fascinante.
Homem: - Voce acha? Achei horrivel.
M: - Como assim?! Olha a forma como elas estao simetricamente espalhadas pela rua!
H: Simetricamente espalhadas pela rua?!?! Elas nem mesmo estao na calcada! Parece que alguem nao fez a medicao correta na hora de planta-la ai...
M: - Ai, eu discordo. Simplesmente adoro arvores e acho que o urbanista que fez isso merece um premio.
H: - OK, se voce ta dizendo...
 (eu na minha mente:'' -ok? da pra voces conversarem sobre alguma coisa menos futil?''. Parece que eles ouviram, porque a mulher mudou de assunto...)
M:- Ta bom, amor. Mas o que voce acha do fato de a Escocia querer se desintegrar do Reino Unido?
(e eles comecaram a falar de tanta coisa, que acabaram chegando nos Estados Unidos. Nao prestei mais atencao, porque meu ponto era o proximo. Mas fiz questao de olhar pra tras pra ver se a mulher era loira. haha. brincadeirinha! Mas olhei mesmo.)


Outro dia, sentei ao lado de dois meninos, que deviam ter uns 12 anos, no maximo. Eles tinham acabado de largar da escola e vinham conversando sobre musica:
Menino 1: - Ah, hoje a professora fez o maior escandalo na sala, so porque o fulaninho tava cantando aquela musica...
Menino 2: - Nao acredito! Nao sei o tem de errado com essas musicas. La na minha sala a gente nao pode cantar nem hip-hop.
M1: -O que a minha professora quer? Que a gente fiquei cantando a musiquinha dos Teletubies? (ele comecou a a cantar a musica)
M2: - kkkkkkkkkkkkkkk, acho que sim!
M3: - Quer saber? Odeio esses adultos que querem impor as criancas a sua forma de ver as coisas. Eles nao veem que eles estao impedindo o desenvolvimento da nossa personalidade?
(Depois disso eles sairam do onibus, era o meu ponto e o deles tambem.)

Ve se pode!Tem nem idade pra ta falando uma coisa dessas. Essas crinacas de hoje...


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

No, i am not italian!

Já eh a quinta vez essa semana que respondo isso. Eu, por acaso, tenho cara de italiana? Da primeira vez, me responderam que, além de ter olho verde, minha pele não eh muito " bronzeada" e que o resto do mundo vê as brasileiras com pele sempre com a pele bronzeada. Desculpa? Posso não gostar de sol e ser brasileira? Acho que não. Hoje quando estava voltando para casa me veio um ingles em seus 40 e poucos anos e, primeiro, disse: " oi, sorriso. Me mostra o seu sorriso". Estranho, eu sei. Mas acabei sorrindo. Aí lá veio ele: " Ah, sabia! Lindo! Sorriso de italiana!" hello! I am not italian!! E muito menos tenho um sorriso lindo, com todos esses ferros na minha boca! Mas só pensei. Na verdade, fui muito gentil, agradeci, falei que era do Brasil e continuei a ouvir o que ele tinha a dizer. Ele pareceu mais animado ainda com o fato de estar falando com uma brasileira e disse que adorava musicas latinas, especialmente brasileiras e Porto riquenhas( perdoem meu português). Falou ainda que tem uma boate aqui chamada Casa Blanca que tem as melhores musicas dançantes da cidade. A Chris me falou ontem dessa boate. Vamos ver se o pessoal que tentar um dia. Vai ver eu encontro o meu amigo ingles la né? (#noway)